Faltam-me todas as vísceras.
Corpo sem sangue.
Seco.
Por sucção o nariz expele
meus miolos.
Abro a boca:
mostro minha fome
cariada
carente.
E a sede espumando
saliva
salgada.
Quero o Raio
adubando meu corpo.
Energia
abrindo meu crânio
nesta cabeça nua e
seca.
Terra árida raspada
onde semente se vinga.
Sinto a vida
assobiar seu sopro quente
em meus neurônios.
Vapor baforando da terra
queimada
molhada
pelas tempestades apocalípticas.
Volto-me ao Ocidente
engolidor do fogo do Sol,
(insistente em nascer todos os dias).
Ulisses em mim
encarnado
encarando
minha viagem noturna
na Barca da Morte
guiada por rezas
e
regras.
Sérgio Janma
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