"Leia como quem beija, beije como quem escreve"
(Maxwell F. Dantas)

domingo, 12 de maio de 2013



Vai aí uma moderna pipoca quentinha? 


Por Sérgio Janma 



Tenho visto muitos usarem o Facebook pra reclamarem dos facebookeanos, incluindo-me entre eles. Coisas do tipo “vá fazer alguma coisa mais útil”, “saia do Facebook e volte ao trabalho... vagabundo”, “seus viciados” e coisa e tal. Mas agora acaba de dar o estalo (insight) aqui nos meus neurônios, um estalar desta pipoca moderna que nos é servida cotidianamente de uns tempos pra cá... “Pipoca ali, aqui, pipoca além. Desanoitece, amanhã tudo mudou’”. (Caetano Veloso) E este amanhã atemporal já mudou o passado, muda o presente e está mudando o futuro. (“... e o futuro não é mais como era antigamente”- Renato Russo). 

Esse papo ranzinza de que o mundo virtual está nos distanciando uns dos outros (óbvio que está, por isso é virtual!), que não mais visitamos a casa do amigo, sem mais bate-papo nas praças (e tempo?), blablablá-e-blablablá é de quem ainda não se deu conta que o mundo agora é outro. As revoluções que aconteciam por minuto, agora acontecem em frações de segundos. Estar o tempo todo on-line não só nos joga no Big Brother do planeta, mas faz de nós coautores das mudanças tecnológicas. A tecnologia não é só mais uma ferramenta para adquirirmos tantas facilidades no viver do dia-dia, ela passou a ser a nossa própria cultura.  Mudou o mundo que segue o tempo e, consequentemente, a nós que viajamos nele. Admitamos, não podemos viver mais sem o celular de múltiplas funções! Evidentemente, há aqueles que estão excluídos por questão econômica ou por simples opção em não interagirem com as virtualidades. Mas não é nessa questão que ora me debruço. Quem hoje em dia faz um curso, de que nível for, sem usar a internet para as suas pesquisas e o editor de textos pra escrever seus trabalhos? As empresas, mesmos as pequenas, não administram e nem operam sem usarem algum sistema computacional. Sem me alongar em informações das novidades tecnológicas (das quais não sei nada) que exemplifiquem ainda mais o que estou pretendendo dizer, afirmo que não temos neste cardápio opção contrária. Estamos todos nesta engrenagem hi-tec. Dado o conforto e o fácil acesso às informações trazidas pelo uso das ferramentas tecnológicas, até mesmo os índios estão lançando mão desses meios, a fim de resgatarem seus costumes ancestrais, preservando assim sua cultura. 

Ainda pra dar mais propriedade aos meus argumentos, pinço um dos tantos exemplos da ciência. Quem não se lembra das duas fêmeas de macaco rhesus, tão expostas na mídia mundial com a divulgação do projeto na Universidade Duke (EUA) do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis? Projeto que pretende comprovar as interfaces entre cérebro-máquina, numa ligação direta da mente e os sistemas virtuais por meio de dispositivos. Não são mais apenas dispositivos no corpo de um macaco conectados a uma máquina que, ao movimento do animal, anima com movimentos a máquina. Agora a força do pensamento com sua intencionalidade, faz com que a máquina tenha os movimentos desejados por aquele que os pensa. Os resultados dessa experiência nos diversos campos tecnológicos e da ciência são incalculáveis! Que avanços nas mais variadas especializações da medicina, onde as curas não mais virão de medicamentos e terapias, mas sim de uma reorganização mental! Na ciência da computação irá se criar comandos apenas pelo pensamento e na indústria automobilística fabricarão carros que terão pensamentos-pilotos. Os milagres sugeridos por Matrix serão café pequeno. Aticem suas imaginações e percebam que tudo será possível. Esqueçam todos os filmes e livros de ficção científica. Essa categoria de ficção não existe mais. Ficção científica não passa agora de projeto de realização mais do que possível. É o fantástico mundo novo que nem Júlio Verne sonhou! 

Vejo as mudanças do mundo que se mantém constante nesse processo irreversível de transformação e isso é um fato. Ou passamos a sermos atores nesse processo de andança pra frente, em um caminho que ninguém ousa apostar a onde vai dar, ou pedimos parada e descemos deste mundo agora. 

Opa! Acabou de cair desta panela virtual de grandes novidades outra pipoca quentinha no espaço que chamo de meu e real. Será que vou ter tempo pra comê-la sentindo o seu gosto?

A Solidão e Seus Derivados


Minha solidão foi embora
e me deixou só.
Arrumou a sua trouxa 
e outra 
para estarem a sós.