Dentro de
mim há a cidade onde moro. Paradoxalmente nasceu no meu interior ao tempo em
que nela nasci. Cidade do interior e capital da minha alma. Nela me recolho
para o introspectivo descanso, bem como corro por suas vias congestionadas de
inseguranças e apreensões. Conhece-la, por inteira, não conheço. Há becos
escuros aonde a luz do meu conhecimento não chega. Túneis subterrâneos onde,
feito tatu, emburaco e o ar me falta. Os prédios são altos, dos quais aos
últimos andares jamais subi por medo das vertigens que me imobilizam.
Nesta cidade loteada sou segregado. Não acesso o seu centro de decisões, muito menos gozo do conforto do bairro da nobreza pueril, onde do seu mirante o meu ego me rende com a promessa de vida mansa em sua mansão.
E assim, tentando apenas ser um arremedo de administrador, abro as janelas desta cidade ao mundo, arejando-a com dúvidas sobre a solidez de sua existência.
Sérgio Janma
Nesta cidade loteada sou segregado. Não acesso o seu centro de decisões, muito menos gozo do conforto do bairro da nobreza pueril, onde do seu mirante o meu ego me rende com a promessa de vida mansa em sua mansão.
E assim, tentando apenas ser um arremedo de administrador, abro as janelas desta cidade ao mundo, arejando-a com dúvidas sobre a solidez de sua existência.
Sérgio Janma