... e agirei com destreza de um lenhador
rachando meu crânio a machado.
Abrindo
em ritual pagão macabro
minhas idéias iluminadas de morte,
conforme seu mistério sagrado.
conforme seu mistério sagrado.
Sem razão aparente
rastrearei pelo fio
rastrearei pelo fio
da minha mente
(que de tantas idas e vindas
perdeu-se dentro do labirinto cérebro latente)
intuindo encontrar perdidos
no arquivo morto
no arquivo morto
das memórias vivas
sentimentos frustrados por desejos ressentidos
Pensamentos,
em desconcentrado frenesi,
não conseguem interpretar
meu ato
auto-investigativo:
“isso não é do meu temperamento...”
“se bem...”,
pensam alguns pensamentos,
“sou imaginativo em atrevimentos”.
A linguagem dos anestesiados sentidos,
fraturados e desconexos,
vem pela onda cerebral desperta
(em palavras não ditas e incertas),
inundada no batismo
inundada no batismo
do mar de sangue,
morrendo à beira da boca
morrendo à beira da boca
inutilmente
aberta
pra sempre.
Sérgio Janma – fev.2012
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