"Leia como quem beija, beije como quem escreve"
(Maxwell F. Dantas)

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Minha mente é uma mentira

... e agirei com destreza de um lenhador
rachando meu crânio a machado.
Abrindo 
em ritual pagão macabro
minhas idéias iluminadas de morte,
conforme seu mistério sagrado. 

Sem razão aparente
rastrearei pelo fio 
da minha mente
(que de tantas idas e vindas
perdeu-se dentro do labirinto cérebro latente)
intuindo encontrar perdidos
no arquivo morto 
das memórias vivas 
sentimentos frustrados por desejos ressentidos

Pensamentos, 
em desconcentrado frenesi,
não conseguem interpretar 
meu ato auto-investigativo:
“isso não é do meu temperamento...”
“se bem...”, 
pensam alguns pensamentos,
“sou imaginativo em atrevimentos”.

A linguagem dos anestesiados sentidos,
fraturados e desconexos,
vem pela onda cerebral desperta 
(em palavras não ditas e incertas),
inundada no batismo 
do mar de sangue,
morrendo à beira da boca
inutilmente
aberta 
pra sempre.

Sérgio Janma – fev.2012









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